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Archive for fevereiro \26\+00:00 2010

Um dos artigos mais sensatos que li nos últimos tempos é de autoria de Tomi T. Ahonen, autor de diversos livros sobre mobilidade, palestrante e consultor. O assunto básico do texto é sobre o fato de o Google estar oficialmente colocando a mobilidade em primeiro lugar em seus negócios.

Tomi Ahonen sabiamente destrincha e desvenda o porquê da força da mobilidade no mundo, independente do perfil do país ou do usuário, mostrando como os negócios mobile representam o futuro da próxima década.

What does it mean to you when Google says mobile first? Altamente recomendado.

Dentre os assuntos abordados, está o questionamento sobre a internet ter mudado o mundo, e uma reflexão espirituosa e muito bem colocada sobre o fato de haver inúmeras pessoas que não tiveram suas vidas mudadas com a rede. Tomemos como exemplo um profissional como um pedreiro, ou um lavrador, que não depende da tecnologia para sua atividade. Estamos falando do trabalhador braçal, não de seu chefe – o engenheiro ou o fazendeiro. Estes sim, dependem da internet para os negócios, para saber do clima, para envio de emails, etc, e tiveram suas vidas modificadas pela rede mundial de computadores.  Já o trabalhador braçal não vai depender da internet para as suas atividades do dia-a-dia – pescar, dirigir um trator, construir uma casa.

A gente tende a achar que o mundo é muito digitalizado, mas existe uma infinidade de pessoas que não dependem da rede profissionalmente de forma intensa – e isso não está relacionado ao poder aquisitivo ou ao nível de instrução, mas à atividade em si. Um médico ou fisioterapeuta podem até fazer o uso da rede e dos computadores para esclarecimento de dúvidas, contato com outros profissionais etc e tals. Podem usar a tecnologia em suas atividades para diagnósticos mais precisos, prontuários digitais, dentre outros. Mas não dependem dela para a execução de seu trabalho clínico (ex: uma consulta, examinar um paciente) – como dependem os publicitários ou advogados.

Os celulares, por outro lado, tiveram a capacidade de mudar bruscamente a vida de muito mais indivíduos – independente da atividade profissional ou colocação social – de uma forma quase que incomparável. As estimativas são de que em um futuro muito próximo a quantidade de linhas móveis supere a quantidade de pessoas no planeta.

O pescador analfabeto – que pela sua atividade e condição – tem a internet como inútil. Mas o celular, para este mesmo pescador, representa uma importante forma de comunicação (por voz e móvel),  que vai lhe permitir fechar negócios, consultar preços, dentre outros.

Este mesmo celular é o único meio que permite uma forma de transação comercial sem depender de operadoras de cartão de crédito ou bancos. Pode-se argumentar que o comércio eletrônico e o mobile banking têm crescido exponencialmente. No entanto, ambas as opções representam facilidades que são intermediadas pela rede, mas que dependem do cartão de crédito ou do serviço bancário. Já o Mobile Money – recurso que ainda engatinha, mas está em constante crescimento – permite a troca de valores, sem este intermédio, possibilitando o débito na conta do celular ao final do mês, ou o débito nos cartões pré-pagos, como por exemplo na compra de ring-tones ou vídeos.

Os exemplos envolvendo Mobile Money são vários e me remetem ao clássico exemplo do Jan Chipchase sobre as transações financeiras via celular em Uganda (veja a palestra aqui). O Mobile Money tende a crescer exponencialmente nesta década que começa.

Fala-se muito que a internet mudou o mundo, mas ela não tocou todas as pessoas em todos os lugares. Apesar de conseguirmos fazer tudo na internet hoje em dia, nós também conseguimos fazer tudo em celulares que tenham ao menos um browser HTML e uma conexão 2.5G.

A indústria mobile foi a mais rápida a alcançar o valor de um trilhão de dólares com tamanha rapidez. Enquanto a economia global entrou em colapso nos últimos 12 meses, a indústria móvel cresceu, adquiriu novos clientes, lucrou. E representa a melhor oportunidade para qualquer negócio em qualquer indústria de qualquer lugar do planeta. Qualquer que seja o seu negócio, equipe, projeto ou carreira pessoal, você precisa se ajustar e usar a mobilidade. (Tomi T. Ahonen – Tradução livre)

Além do mais, o celular é o único meio que converge todas as mídias em um único dispositivo, com a vantagem de ser portátil, móvel e acessível.

Por estes e outros motivos, a prioridade do Google agora é mobile.

E você, está esperando o quê?

Digital industries will of course migrate to mobile but its not just digital industries. Its not even just the media industries. Its any industries. If an airline can gain out of mobile or the parking authority of the city or illiterate fishermen can gain from it, even basic education can gain from it – every business, every project and every enterprise can benefit from mobile. This is the biggest economic opportunity of this decade, and of our lifetimes. Do not miss it.

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O carnaval acabou, o ano “começou” e o Bricolagem completa hoje 2 anos de existência: como sempre, na quinta-feira pós carnaval.

Obrigada a você que acompanha os textos por aqui de forma barulhenta ou silenciosa, mesmo com as pouquíssimas postagens do último ano. Devagar e sempre, cá estamos nós.

Ainda no clima de Carnaval, vamos a algumas cositas que me chamaram especial atenção:

1) A unidos da Tijuca ter vencido o carnaval carioca com o enredo “É segredo”, sugestão de um adolescente através do Orkut. Prova do poder das redes sociais para contatos antes quase inatingíveis. *Me expliquem aquelas moças trocando de roupa como num passe de mágica?

2) A Portela com o tema inclusão digital em seu enredo deste ano. Linda idéia, porém pouco carnavalesca, vcs vão me desculpar. O conceito todo da inclusão digital é importantíssimo, mas a relação com o carnaval deixou a desejar. Me pareceu que a Portela foi conquistar o mundo digital e deixou o real a ver navios. Apesar de eu ser uma grande defensora da causa digital, sou conservadora e não gostei muito do que vi. Será pq os carnavalescos não são lá tão incluidos digitalmente? CTRL + ALT + DEL na Portela!

3) E como costumo comentar: tudo é ciclico neste mundo, seja real ou virtual. O carnaval do Rio com o resgate dos blocos de rua foi 10. Serpentina, confete e marchinhas em blocos familiares ou não tão familiares. Putas, velhos, foliões, loucos e mendigos, com adereços carnavalescos cidade afora. Percebi que o mundo anda carente de alegria com civilidade. A baixaria chegou num ponto, que só nos resta retomar os primórdios do carnaval e reinventar a festa de rua mais popular do país. A Orquestra Voadora, com seus metais, Sassaricando y outras cositas más que o digam.

Pena que assim como o tradicional invadiu as ruas, a imundice e a baranguice também. Ruas de Ipanema num verdadeiro esgoto a céu aberto, apesar dos inúmeros sanitários químicos (que após 1 dia de folia e calor de 40 graus), da lama foram ao caos.

Como sempre digo, o glamour é a ausência total de glamour. Mas alfa que é alfa vai atrás do inusitado, do resgate, do reciclado. Retardatário vai atrás do grande público, lambendo o chão da imundicie alheia. Ó céus, que o Carnaval do Rio não cresça.

Bjo pra vcs, parabéns ao Bricolagem High Tech e feliz ano novo!

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Em outubro do ano passado tive o prazer de assitir na Mostra Cine BH o filme interativo A Gruta, em que os espectadres escolhiam o desfecho de cada parte do filme através de um controle remoto. Divertidíssimo. O cinema torcendo pelo desfecho X ou Y. Uma verdadeira experiência de interatividade no cinema, numa mistura de Você Decide, com aqueles livros “você escolhe o final”.

Agora, para quem não teve a oportunidade de assistir na telona, A Gruta encontra-se disponível no YouTube – que já há algum tempo* possui o recurso de interatividade – o annotations. Corre lá pra ver, que é divertido demás! São 40 minutos de filme-jogo e várias opções de histórias diferentes.

Vaaaai Tião!!!

O site do filme é esse aqui. E o Twitter é o @filmeJogo.


* A Centauro, por exemplo, em 2008 já havia postado por lá um anúncio interativo – não muito interessante, mas que explorava já o recurso. Muito se fala de TV interativa, mas até hoje não se vê nada muito consistente nessa área… Mas aos poucos um experimento aqui e ali vão surgindo e acho que cada vez mais interessantes. E como sempre digo, acho que a mobile TV é que vai incfluenciar a interatividade na TV. Mas aí é outro papo 😉

No estilo da Gruta, exitem também os filmes The Time Machine e The Murder.

E por falar em cinema interativo, existem aquelas ações em que o espectador É o Joystick, num sistema de detectar movimentos, divertidíssimo. Já viu?

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No fim do ano passado conversava com algumas personnas, após o Quinta Digital, sobre esse frenesi e sobre a dificuldade de acompanhar tudo, de querer ler tudo, de estar “por dentro” de tudo, ainda mais quando se é professora de novas mídias y outras cositas más.

Estava ficado constantemente irritada com a quantidade de informação, a quantidade de novidade, a quantidade de mudanças que pulam a todo segundo nesse mundo digital em ebulição.  E também com a quantidade de gente se achando bom entendedor daquilo que ninguém ainda entende.

Mas quem mandou se envolver nessa área, né, anta?

Um desespero de TER que ler, de TER que acompanhar estava assolando a minha vida de uma forma psicótica-neurótica-compulsiva-obsessiva e o resultado era aquela velha história do multi-task que tudo lê e pouco fixa, que muito sabe e pouco conclui.

O Luli Radfahrer neste mesmo dia havia há pouco feito uma comparação da vivência de profissionais do meio digital com a rotina de um surfista, que antes de entrar no mar observa, analisa, respira, escolhe o melhor ponto, entra, entrosa, entende e depois pega a onda.

No mundo real o que se vê é uma cambada tentando pegar a pororoca num salve-se quem puder de maluco.

E de repente quando percebi, lá estava eu tomando um caldo, não por falta de entendimento, mas por uma necessidade compulsiva de conhecimento quase inconseqüente, sem perder a produtividade jamás.

Portanto, após esse papo todo, para 2010 a resolução básica foi de d-e-s-a-c-e-l-e-r-a-r.

Minhas várias leituras engavetadas serão escolhidas e digeridas pouco a pouco.  Pretendo postar cositas por aqui num ritmo desacelerado, mas constante, sem abandonar o barco. As idéias, como sempre, são muitas e, admito, algumas fúteis: como a relação do George Orwell, do Big Brother Brasil e da professora de lingüística, que ficam para uma próxima. Ou não!

Bjos, abs, boa leitura y hasta!

Vai uma parafina aí?

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