… acabo de ler um artigo interessantíssimo de James Harkin intitulado “Twitter: we all need to be in the loop” (algo como: Twitter, todos nós precisamos estar na onda), que explica que a ferramenta de micro-blogging citada vai além do social e das redes, e que ela está mudando a maneira como pensamos. Curioso, ham? (Observação pros que insistem em acreditar que o Twitter se resume à ingênua frase “vou comer um sanduíche”: leiam o artigo! rs)
Não por acaso vejo um gancho direto desse artigo com o meu post sobre a “procrastinação crônica” – recentemente postado por aqui (A vida muiti-task high tech e o grave problema da procrastinação crônica).
Today’s breathless internet gurus would have you believe that all this makes us and our organisations more agile, more efficient and more responsive. Not necessarily. The delivery of a continuous stream of messages might well be slowly stretching our brains, turning us into creatures who are better at doing many different things at once. Preliminary studies from neuroscientists and psychologists, however, suggest that in the meantime our brains are likely to become strained and confused if we make too many demands on them. Beyond a certain point, in other words, the productivity bonus that we get from responding to many different streams of information on our information loop at the same time levels off, and begins to slow us down. No matter – many of us enjoy it all the same. The reason why we’re so keen to switch through a range of information streams and constantly jump around between them, in any case, is not at all about doing things more efficiently – it is simply that we have come to appreciate being in the loop for its own sake. (James Harkins, Times Online, fev. 2009)
Em tradução livre:
Os gurus frenéticos da internet de hoje podem te fazer acreditar que tudo isso torna nossas empresas e nós e mais ágeis, mais eficientes e mais solícitos. Não necessariamente. A entrega de um fluxo constante de mensagens pode estar até aos poucos “esticando” nossos cérebros, nos tornando criaturas que são melhores em fazer diversas coisas ao mesmo tempo. Estudos preliminares de neurocientistas e psicólogos, no entanto, sugerem que enquanto isso nossos cérebros estão propensos a se tornar fatigados e confusos, caso demandemos muito dele. Indo um pouco além: em outras palavras, o bônus de produtividade que ganhamos ao reagirmos a diferentes fluxos de informação ao mesmo tempo, em nossa “cadeia”/loop de informação, desanda e começa a nos freiar. Mas não tem importância: muitos de nós curtimos isso de qualquer forma. A razão pela qual estamos inclinados a alternar entre um vasto espectro de informações, pulando de uma coisa para outra ao mesmo tempo, de toda forma, não está relacionado à eficiência, mas simplesmente porque passamos a apreciar essa coisa de fazer parte da cadeia/do loop por si só.
Ou seja: no fundo, no fundo, o multi-task-way-of-life acaba é atrapalhando vez ou outra. Mas que adoramos esse estilo de vida multi-facetado, adoramos! rs
James Harkin é autor do livro Lost in Cyburbia: how life in the net has created life on its own*. Está na minha lista de livros TO READ.
Só espero que ele não entre pra minha pilha da procrastinação! 😛
* Achei também o título Cyburbia: The Dangerous Idea That’s Changing How We Live And Who We Are , e me pergunto se são o mesmo livro, simplesmente publicados em diferentes continentes. Ambos são de 2009, do mesmo autor, com um resumo parecidíssimo.